Capítulo de livro publicado em "Uma introdução à filosofia do direito" Itamar Luís Gelain (Org.) .- Ijuí: Ed. Unijuí, 2015. - 368 p. - (Coleção direito, política e cidadania; 37). . ISBN 978-85-419-0 I 75-8.

In the context of calls to decolonise education in European contexts, this paper draws on coloniality-based critiques of Eurocentric modernity to take up the links between democracy, slavery, and colonialism in education. Starting from the position that modernity requires epistemological support to sustain racism and white supremacy in European democracies, we read coloniality-based critiques of democracy with empirical literature about the teaching of slavery. We consider possibilities for revised critical engagements with democracy and with the history of European colonialism and (...) slavery. The paper builds on and contributes to recent decolonial critiques of democracy in education by explicitly engaging a tension raised around the possibility of disentangling democracy from its colonial roots. (shrink)

Resumo: Neste artigo, a partir de um diálogo com Heidegger e Foucault, mediado pontualmente por um retorno aos Antigos em particular a Sócrates, procuro retomar o problema e questão da Vida filosófica, na sua relação com a busca pela verdade. O artigo tem dois momentos: no primeiro, explorei uma leitura de Filosofia enquanto caminho, e, num segundo momento, defendi que este caminho articula a dimensão ética e a dimensão política, através de uma experiência (necessária) específica de parresia pessoal. Defendo que (...) a verdade enquanto desvelamento exige sempre a transformação do indivíduo em sujeito, isto é, em pessoa moral, o que requer, nesse processo, o compromisso com a coerência de si, através de uma prática de dizer-a-verdade. Palavras-chave: Foucault; Heidegger; Parresia; Verdade Philosophical Life and the search for truth - a dialogue between Heidegger and Foucault Abstract: In this article, based on a dialogue with Heidegger and Foucault, punctually mediated by a return to the Ancients and in particular to Socrates, I try to resume the problem and question of philosophical Life, in its relationship with the search for truth. The article has two moments: in the first, I explored a reading of Philosophy as a path, and, in a second moment, I argued that this path articulates the ethical dimension and the political dimension, through a specific (necessary) experience of personal parrhesia. I argue that truth as unveiling always requires the transformation of the individual into a subject, that is, into a moral person, which requires, in this process, a commitment to self-coherence, through a practice of telling the truth. Key-words: Foucault; Heidegger; Parrhesia; Truth La vie philosophique et la recherche de la vérité - un dialogue entre Heidegger et Foucault Resumé: Dans cet article, à partir d'un dialogue avec Heidegger et Foucault, médiatisé ponctuellement par un retour aux Anciens et en particulier à Socrate, j'essaie de reprendre le problème et la question de la Vie philosophique, dans son rapport à la recherche de la vérité. L'article comporte deux moments : dans le premier, j'ai exploré une lecture de la Philosophie comme voie, et, dans un second temps, j'ai soutenu que cette voie articule la dimension éthique et la dimension politique, à travers une expérience spécifique (nécessaire) de parrhésie. Je soutiens que la vérité en tant que dévoilement nécessite toujours la transformation de l'individu en sujet, c'est-à-dire en personne morale, ce qui nécessite, dans ce processus, un engagement à la cohérence de soi, à travers une pratique de dire la vérité. Mots-clés: Foucault; Heidegger; Parrhesia; Verité Data de registro: 06/09/2022 Data de aceite: 18/10/2023. (shrink)

In this article I aim to clarify the role of science and technology in Weil's account of the formation and maintenance of the bureaucratic state as a totalitarian form of State, which allows to identify the similarities between capitalist, fascist and communist regimes. In the first section I characterize Weil's conception of modernity. Having The Need for Roots as my main reference, first, I reconstruct Weil's conceptualization of human nature, after I explore the meanings and signs of uprootedness and Weil's (...) critique of Marxism. In the second section, I analyze the relationship between Revolution, Totalitarianism and the invention of the bureaucratic State. I retake Weil's critique of Marx and the Marxists arguing that science and technology must be subjected to a new criticism today, for they have been reduced to mere means of a totalitarian logic, which ultimately reinforces social oppression. I conclude by rescuing Weil's defense of the fundamental value of individual freedom and of thought, for our humanity lies in it. (shrink)

Tocqueville e John Stuart Mill são dois dos grandes mestres de ciência política e filosofia política. Com efeito, poderíamos dizer que somos todos discípulos destes autores. Por um lado, porque Tocqueville foi o primeiro autor a refletir sobre o paradigma democrático, entendido como constelação política especificamente moderna. Por outro lado, o conceito ou ideal de liberdade desempenha um papel central nos dois autores. Liberdade é um dos pilares fundadores de qualquer projeto democrático e apesar do reconhecimento da importância igualmente vital (...) do conceito de igualdade, que se vem afirmando como condição necessária para o desenvolvimento politico na era de Tocqueville e de Mill, a liberdade permanece central nas suas preocupações. Neste artigo irei revisitar os argumentos avançados pelos autores, argumentos estes que nos alertam para os perigos da democracia, e mais precisamente, a tirania da maioria. Começarei por retratar o contexto das obras de Democracia na América de Tocqueville e Sobre a Liberdade de Mill. De seguida, ofereço uma reflexão sobre as implicações da tirania da maioria hoje. Por fim, proponho um conjunto de medidas que nos poderão ajudar a contrabalançar as tendências antidemocráticas das democracias contemporâneas. (shrink)

O que é o sujeito neoliberal? Quem é ele? Como se torna o que é ou aparenta ser? O que significaria a transformação deste sujeito em outro? O objetivo deste artigo é tentar responder a estas questões, tendo Foucault como principal interlocutor. Para isso, este artigo tem três momentos. No primeiro momento, reconstruo o horizonte conceitual foucaultiano onde a questão da subjetividade se coloca. No segundo momento, procuro identificar elementos que nos permitem caracterizar o sujeito neoliberal de hoje; um sujeito (...) que assimila e incorpora na sua própria construção os valores e ideologias do mercado. Por fim, identifico os elementos foucaultianos que devem ser mantidos para transformar o sujeito atual num seu ‘outro’, imaginando que tipo de nova subjetividade podemos construir hoje. (shrink)

Existem muitas teorias sobre democracia. Na verdade, enquanto se fala de “teoria democrática” como se existisse um consenso acerca do que esta poderia significar, a partir do momento em que nos debruçamos sobre diferentes autores, apercebemo-nos de que há tantas teorias quanto há perspectivas sobre o tema. Neste artigo tenho como interlocutores Robert Dahl, Benjamin Barber, Robert Goodin e David Plotke. O artigo tem três momentos. No primeiro, desenho o contexto geral para uma reflexão crítica sobre democracia, partindo da análise (...) dos seus conceitos constitutivos, nomeadamente, os conceitos de representação, participação e deliberação. Este é o momento “estrutural”. De seguida, apoiando-me nos critérios ou virtudes de Dahl e no conceito de “democracia forte” de Barber, defendo que a instanciação dos vários modelos democráticos depende da importância que se confere a cada um dos critérios. Este é o momento de conteúdo. Dialogando com estes autores procuro identificar as implicações dos modelos representativo, participativo e deliberativo. Por último, procuro uma forma de redefinição da democracia mais positiva para o futuro, tendo o orçamento participativo como prática exemplar a seguir. (shrink)

Bodin e Althusius podem ser considerados como autores que inventam o conceito político de soberania, conceito que será a partir da formação do estado-moderno condição necessária para se pensar a política e a nossa condição presente. Este artigo pretende identificar os elementos que se mantêm até hoje presentes no conceito de soberania, e lançar luz sobre a constelação que se articula à sua volta, num contexto democrático.